Somos um coletivo de trabalho formado por psicanalistas e psicólogos que se uniram com o objetivo de democratizar o acesso ao tratamento psicanalítico na modalidade on-line.
Não temos uma identidade jurídica como empresa ou associação e não mantemos vínculo trabalhista entre os colaboradores. Apenas buscamos uma forma coletiva e democrática de viabilizar, promover e organizar nosso trabalho em torno de ideias e ideais comuns.
Porque o Redescuta na cidade?
O coletivo se constrói em rede. Ao escolhermos o nosso nome, juntamos a palavra rede à palavra escuta, criando a homofonia Redescuta, presente do subjuntivo do verbo “Redescutir”, ou seja, discutir novamente. “Que eu redescuta” convoca um nó de trabalho, uma articulação entre a psicanálise e outros campos de saberes e o que se passa na cidade. Propomos assim a construção de uma rede efetiva de profissionais.
Embora a psicanálise receba a crítica de ser uma prática centrada no individualismo, nossa aposta no coletivo de trabalho, orientada pela práxis lacaniana, nos possibilita utilizar a escuta individualizada como uma ferramenta para produzir mudanças também no tecido social.
Percurso de trabalho
O Coletivo Redescuta na Cidade foi idealizado por Giselle Fleury, psicóloga e psicanalista, que durante sua formação em psicanálise lacaniana foi motivada pelo encontro com o aforisma “o inconsciente é a política” (Lacan, 1967). E essa ideia foi usada como causa e orientação para a idealização do formato de trabalho em Coletivo.
Diante do aumento vertiginoso dos eventos de segregação, provocadores de violência e consequente sofrimento psíquico dos sujeitos, era preciso, como “analistas cidadãos”, pensar numa ação política. Reconhecemos que a cidade carecia de uma urgência de fala. Não a fala catártica, mas a fala orientada por uma necessidade de trabalho e mudança, uma fala que não produzisse exclusão e segregação.
Em 2019, nosso saber fazer com a clínica possibilitou a reunião de profissionais de saúde mental em torno do grupo de trabalho com a oferta de atendimentos presenciais na cidade do Rio de Janeiro. Originalmente formado por laços afetivos, para a promoção e sustentação da democratização do acesso ao tratamento clínico psicanalítico. Inicialmente pensamos em um formato que contemplasse a construção de uma rede de profissionais disponíveis, em diferentes territórios da cidade.
Em 2020, fomos atravessados pela pandemia e foi necessário repensar o formato de trabalho. Assim os atendimentos, reuniões e supervisões passaram a ser feitos na modalidade remoto. Pactuamos neste mesmo período um projeto de extensão universitária com a UFF/IEAD Angra dos Reis, oferecendo atendimento psicológicos aos universitários. Além de reunirmos profissionais voluntários em torno do Projeto ‘Redescuta Saúde’, foi possível acolher profissionais de saúde que estavam em atuação no enfrentamento da Pandemia.
Em 2023, após três anos de ampla experiência, nosso formato de trabalho se desenhou na modalidade on-line, estendendo o alcance da oferta para outros territórios além da cidade do Rio de Janeiro. Além dos atendimentos clínicos, o Redescuta na cidade atua na construção de espaços coletivos de supervisão clínica e grupos de estudos. Temos um grupo de psicólogos e psicanalistas que participam da condução e construção da oferta da escuta clínica e ética cara à psicanálise.